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23/02/2012 - 00h16

Cigano: Já lutei por R$ 300,00 reais



Vida de campeão do UFC é de glamour, fama e dinheiro, certo? Até é, mas eles precisam ralar muito para chegar até o topo do mundo. Cigano relembrou sua história nas lutas e revelou já ter lutado por menos de um salário mínimo (no XFC, em 2007). “Eu já lutei por trezentos reais de bolsa, mas o vencedor do evento levaria um bônus de mil reais por vitória. Graças a Deus venci duas lutas na noite e faturei no total R$ 2300”, lembra o peso pesado.

Durante sua passagem por São Paulo para o lançamento do jogo UFC Undisputed 3, o campeão dos pesos pesados Junior Cigano tirou fotos para a próxima capa da revista Hot Rods em um Dodge Gran Seda 1977 restaurado e customizado para seu patrocinador Pretorian Hard Sport. Aproveitou para tirou as medidas para a confecção das suas roupas e também foi fotografado para uma matéria do Jornal Folha de São Paulo, pudemos acompanhar o lutador e aproveitamos para bater um papo sobre o crescimento do MMA no Brasil.

Cigano o que você tem achado do crescimento do MMA no Brasil.

O MMA graças a Deus está vivendo um momento especial , e isso é excelente principalmente para nós atletas e para todos que trabalham no esporte. Com a vinda do TUF para o Brasil também vai gerar oportunidade para lutadores que sonham em ser lutadores do UFC, hoje em dia as crianças não sonham em ser só jogadores de futebol, também querem ser lutadores de MMA e do UFC, estou muito feliz por tudo que está acontecendo no esporte. Esse lançamento do game do UFC em São Paulo é legal ainda mais aqui na Pretorian que é uma marca que abraçou o esporte e tem ajudado os atletas brasileiros e é minha casa.

O Brasil está preparado para o crescimento do MMA

Preparado com certeza está, o negócio são as pessoas acreditarem mais. Por mais divulgado que esporte esteja, por mais que o esporte encontra numa crescente, poucos empresários acreditam de verdade no esporte, pode parecer que não, mas ainda sofremos preconceito dizendo que o MMA é um esporte violento e o MMA não é um esporte violento. Tem uma grande diferença entre violento e agressivo; e o esporte precisa dessa agressividade. Eu te garanto que não tem violência porque os atletas estão muito bem preparados para estar ali e estão sabendo o que está acontecendo, temos que aproveitar esse momento de crescimento para que os empresários olhem para o esporte e acreditem mais nos lutadores. Vejo que está muito melhor e pode melhor ainda mais.

Como você a valorização do lutador no Brasil em relação as bolsas pagas aos atletas.

Graças a Deus eu vi uma melhora, mas ainda precisa melhorar muito. Eu já lutei por trezentos reais de bolsa mas o vencedor do evento levaria um bônus de R$ 1.000,00 por vitória. Graças a Deus eu venci duas lutas na noite e faturei no total R$ 2.300,00.

Ainda estão muito ruins as condições dos atletas no Brasil. Tenho muitos amigos de equipe que lutam por R$ 500,00 que não é nada perto do que ele precisou investir, para estar lá preparado para a luta. Eu acho isso um absurdo para um esporte magnífico onde precisa de muita dedicação e o MMA não é para qualquer um. Para ser lutador precisa “ter sangue no olho”, isso precisa ser valorizado, você vê no futebol muitas vezes um jogador sem expressão ganhando valores astronômicos e não agrega nada para a imagem do Brasil. Muitas vezes são vistos andando bêbado e dando maus exemplos e tem lutador que levanta a bandeira brasileira, se dedica passando por dificuldades tendo que fazer trabalhos paralelos para se manter, isso é uma vergonha.

Mas o cenário está mudando, graças ao momento Anderson Silva, José Aldo e o meu momento que estamos vivendo no esporte. Temos que reconhecer e agradecer ao Anderson Silva por tudo que ele fez pelo esporte, pelas portas que se abriu através dele, o Anderson é o melhor Pound for Pound do mundo e isso ninguém pode negar.