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22/09/2011 - 17h19

Gabi não se considera favorita para o ADCC

Campeã peso e absoluto no Pan Americano, campeã do Mundial Profissional, campeã peso e absoluto no Mundial da CBJJ. O que ainda falta para a Gabrielle Garcia conquistar? Se você respondeu nada, está enganado. Falta o ADCC, um dos poucos títulos que a faixa-preta da Alliance não conta em sua coleção. O evento acontece nos dias 24 e 25 de setembro, na Inglaterra, e Gabi vai ter pela frente o maior nome da história do ADCC: a tricampeã Hannette Staack. A atleta sabe bem das dificuldades da categoria, que também conta com Penny Thomas, e por isso mesmo não quis saber de tirar férias após o Mundial. Gabi não se considera favorita e afirma que é apenas uma “novata” em matéria de ADCC. Na entrevista que você confere abaixo, a faixa-preta afirmou que Hannette é a grande favorita, comentou o convite para participar da competição, prometeu dar o sangue para conquistar o ouro, entre outros assuntos que você confere a seguir. 

Como se sentiu ao saber que tinha sido convidada para o evento? Foi uma surpresa? 

Fiquei muito feliz com o convite feito pelo sheik Tahnnon e pelo Guy, que é o organizador do evento. Eu sempre quis lutar o ADCC que é um grande evento, eu iria de qualquer jeito lutar a seletiva, mas acabei machucando meu ombro e logo em seguida recebi o convite, foi uma surpresa o jeito que ocorreu o convite, tanto tempo antes do evento, mas venho fazendo um trabalho sério e as pessoas estão reconhecendo meu empenho. Venho tentando evoluir a cada dia, acho que recebi esse convite com o esforço do meu treino e de toda minha dedicação, vou fazer de tudo para honrar esse convite. 

Como foi a preparação para o ADCC 2011? 

Na verdade eu venho de um ritmo forte de competição e não tirei férias nem depois do Mundial, minha preparação física e dieta continuaram, enquanto todos os outros atletas saíam de férias. Queria ter descansado um pouco, mas sempre tive o sonho de lutar o ADCC, e não me arrependo de ter feito algumas escolhas. 

Após o Mundial comecei a treinar sem quimono e ajustar meu jogo, o Fábio Gurgel e meus companheiros me ajudaram muito, todo dia alguém chegava mais cedo ou vinha à tarde treinar comigo fora do horário de treino, meu preparador Edson Ramalho mudou minha preparação e aumentou o ritmo do treino para eu ficar mais rápida e ter gás para fazer todas as lutas e não cansar.  Sei onde estão meus erros e as meninas vinham fazendo um anti-jogo para me vencer, corrigi e treinei muito onde eu estava errando. 

Decidi vir pra Nova Iorque treinar com o Marcelinho Garcia, Batista, Cobrinha, Lucas Lepri, pois nos EUA o ritmo de treino sem quimono é maior, e com todos os estilos de jogos e pesos, apesar de estar longe da minha família dos meus amigos e do meu namorado, valeu muito a experiência de treinar com o Marcelinho. Ajustei meu jogo e estou muito mais confiante, treinamos até a exaustão todos os dias. Estudei qual seria a estratégia das meninas para me vencer, sei que fiz meu melhor e treinei ate o limite, dediquei meu tempo integral aos treinos e espero colher os frutos de tanta dedicação. 

Quem aponta como as maiores pedreiras da sua categoria? O que fazer para vencê-las? 

São muitas meninas boas, as melhores estão no ADCC. No sem quimono não existem favoritos, o nível se iguala muito e não importa tanto a força e nem o tamanho, as chances são iguais para todos. Na minha categoria não tem pra onde correr e sei que vou fazer só luta difícil, mas eu estou preparada para enfrentar qualquer adversária e não treinei par lutar com ninguém específico, vou preparada para a pior das guerras, vou pronta para lutar com as melhores, e conseguir chegar na final. 

As maiores pedreiras com certeza são a Hannete, que é a atual campeã, e a Penny Thomas, que também já ganhou o ADCC. Vou fazer a mesma coisa de sempre: lutar pra frente e impor o meu jogo, treinei muito e em um nível igual ao do ADCC, vai ganhar quem estiver melhor preparada. Tenho muito respeito por todas e a Hannete é uma lenda do nosso esporte, sei que será um dos campeonatos mais duros, mas eu vou pra ganhar, prometo dar meu máximo. 

Tem alguém em especial que gostaria de enfrentar? 

A única luta que eu desejo fazer é a final, conseguir chegar lá e fazer um bom campeonato. Farei de tudo para vencer, independente contra quem for. Quando você escolhe adversário e estuda apenas ganhar de alguém, você perde o foco do que realmente importa que é ser campeão. 

Acha que vencer o ADCC será o maior feito da sua carreira até agora? 

Acho que será um dos, mas chegar a duas finais de Mundial absoluto com certeza foi um grande feito. Também ganhei todos os maiores campeonatos da Confederação seguidos no peso e no absoluto, venci as duas edições do Abu Dhabi Pro, acho que venho fazendo um bom trabalho. O ADCC é mais um grande passo na minha carreira e um título que eu ainda não tenho. Vou dar meu sangue e meu suor por ele. 

Se considera a favorita da categoria? 

Não. É a primeira vez que luto o ADCC e na minha categoria tem a Hannete Staack que é tricampeã do evento, ela é o nome do ADCC, o favoritismo é dela, eu sou apenas mais uma buscando esse titulo. Mas eu vou em busca do meu espaço e da minha consagração também sem quimono, é bom não ter o favoritismo, deixa a cobrança pra elas (risos), sou novata no ADCC. 

Quais os seus planos para o futuro? 

Quero ganhar esse ADCC e pelo menos mais uns três títulos absolutos na faixa-preta, quero meu nome na história do esporte, estou com algumas propostas novas pra minha carreira e pra minha vida, mas vou parar pra pensar nisso só depois do ADCC, o foco agora é ganhar essa guerra.

Fonte: Tatame - Por: Guilherme Cruz

Foto: Mauro dos Santos