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17/10/2010 - 20h30

Os Riscos por trás de um perigoso nocaute

 A última semana trouxe muita tristeza para o esporte nacional, com a notícia da morte do pugilista brasileiro Jefferson Gonçalo, que deixou o ringue desacordado e acabou falecendo dias depois. Na opinião dos médicos, a falta de cuidados e a grande sequência de lutas causou traumas irreversíveis no lutador, que foi operado para a retirada de metade do seu cérebro, mas não resistiu.

 

Na edição de setembro da Revista TATAME, publicamos uma reportagem sobre as sequelas que um nocaute traz para um lutador. Ouvimos lutadores, que abriram o jogo sobre o momento em que foram nocauteados, e psicólogos, para entender como uma derrota pode afetar o restante da carreira de um lutador.

 

Um dos depoimentos mais impressionantes foi do neurocirurgião Carlos Kossak, que ainda atentou para a importância dos exames antes e depois de cada combate, algo que não foi feito pelo boxeador brasileiro.

 

“O nocaute em si normalmente não deixa nenhuma sequela, mas, se repetidos, podem levar a alterações da memória, sequência de raciocínio e outras mais graves, dependendo da intensidade e frequência dos golpes”, explica o médico, especialista em cirurgias de crânio, que estudou o universo das lutas para dar seu depoimento à TATAME. “No caso de golpes mais intensos e repetidos, podem ocorrer lesões mais graves, como as contusões cerebrais até lesões definitivas, como demência e Doença de Parkinson, vide o caso do Ali”, cita.

 

Fabrício Werdum retomou a carreira em grande estilo no Strikeforce, mas relembrou o momento em que perdeu para Junior Cigano no Ultimate. “Ficou tudo preto, foi como um flash, apaguei e depois acordei. Eu perguntei ao médico como foi a luta e ele me contou. Cinco segundos depois, eu perguntei a mesma coisa.... Eu fiz essa pergunta umas dez vezes seguidas, eu já tinha esquecido o que ele falou. É uma situação muito ruim”, conta.

 

Por: Guilherme Cruz

Fonte: Tatame